O Papa Bento XVI proclamou o Ano daFé, que será vivido pela Igreja ao londo do próximo ano. Publicamos aqui uma entrevista que o Zenit fez com o monsenhor Waclaw Depo, presidente do Conselho para as Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Polonesa. Ele fala sobre quais serão os pontos e os dons que o Ano da Fé trará para toda a humanidade e para a vida da Igreja.

ZENIT: Excelência, o que significa o Ano da Fé para a Igreja e para cada fiel?
Mons. Depo: O Ano da Fé é um dom para a Igreja e para todos os fiéis. Um dom com o qual cada pessoa pode renovar o seu relacionamento com Cristo, assim como o evento por meio do qual os fiéis podem encontrar de novo o seu lugar na Igreja. Podemos dizer que o Ano da Fé será realizado com a adesão de cada pessoa e de cada família a Cristo. Nisto têm grande importância os movimentos católicos em nossas paróquias, cujos membros são as primeiras testemunhas de Cristo na igreja local.
ZENIT: O que entendemos por Nova Evangelização?
Mons. Depo: A Nova Evangelização, como nos ensina Bento XVI, é o dom do Espírito Santo. Penso que ela seja também um dever nosso e não um fardo difícil, mas a cooperação na obra da salvação. A Nova Evangelização também significa uma nova adesão a Cristo, um novo compromisso pessoal da mente e do coração. Toda pessoa recebe o Espírito de Deus para discernir a própria vida e, ao mesmo tempo, obter o desejo de unir-se a Jesus, de falar sobre Ele e testemunhá-lo com a própria vida.
Não estou me referindo apenas às pessoas que já pertencem à Igreja, mas também a todos aqueles que estão à procura de Cristo e da Igreja. O ponto é criar o espaço para a verdade e a liberdade, a liberdade de escolha para todos aqueles que hoje estão distantes da Igreja ou olham-na de modo muito crítico. Tenho certeza de que eles também são abraçados pelo amor de nosso Redentor.
O Credo deve ser a oração diária de um cristão. Todos os dias também temos que perceber em Quem acreditamos: não somente nos artigos de fé, mas em Alguém que é e se revela em cada artigo de fé.
ZENIT: Como presidente do Conselho para as Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Polaca, o que vossa Excelência acha do papel dos meios de comunicação na Nova Evangelização?
Mons. Depo: Eu acho que a tarefa dos meios de comunicação é muito importante, mas também muito difícil. Em nossos tempos estamos diante de uma luta dramática pela verdade. Juntos, a Igreja e os meios de comunicação - não apenas os católicos - devem assumir as próprias responsabilidades na pregação da verdade.
É necessário, portanto, que estejam muito comprometidos na promoção da Nova Evangelização e que a Igreja os use como seus instrumentos para anunciar a verdade, que não é apenas uma mensagem, mas para nós cristãos é uma Pessoa, Jesus Cristo.
Penso que por ocasião do Ano da Fé é necessário convidar todos aqueles que queiram servir a verdade - e não apenas a verdade do Evangelho, mas aquela presente na sociedade, no espaço de vida pública – à boa e profunda cooperação. Na minha opinião, no campo da vida social de hoje, é muito perigosa a promoção das mentiras e da falta de respostas claras, até mesmo da mídia, sobre o mal.
Para a Promoção da Nova Evangelização temos necessidade, pelo contrário, de uma verdadeira e genuína pastoral dos meios de comunicação. Essa pode ser construída sobre o fundamento de três importantes valores: “verdade, confiança e comunidade”. Na minha opinião o fator mais importante para esta pastoral será também a fidelidade ao Evangelho, à Cruz, à Maria e ao ensinamento da Igreja. Não podemos esquecer, além do mais, o papel da internet no processo de evangelização. É necessário sempre criar o espaço da verdade, sempre em um espírito de fidelidade à Verdade de Cristo.